Fernando percorrerá o país em uma moto, para facilitar deslocamentos e diminuir o impacto nas regiões visitadas. Imagens da fauna e da flora vão virar livro digital. |
Por Renan Damasceno
Especial para o EM
Que tal trocar o conforto de sua casa por uma noite de sono em uma barraca rodeada por onças-pintadas, ser despertado por uma anta lambendo a barra da sua calça, trombar com uma cobra jaracuçu no café da manhã, almoçar o que a natureza lhe oferecer e, no fim da tarde, se refrescar com um mergulho vigiado por jacarés? Se, para muitos a rotina é impensável, para o documentarista Fernando Lara é mais um dia comum. “É só trocar o medo pela vontade de informar”, explica o mineiro, de 30 anos, natural de Ipatinga, que atravessará, sozinho, de moto, mais de 18 mil quilômetros, pelas rodovias e trilhas mais perigosas do Brasil, para registrar a biodiversidade de 30 parques e reservas ecológicas em 20 estados.
A viagem, que faz parte do projeto Rotas Verdes Brasil, idealizado pelo próprio documentarista há quatro anos, vai começar em 30 de abril, no Parque Estadual do Rio Doce, na pequena Marliéria. A previsão para concluir o trajeto é de 8 meses. “O objetivo é produzir um livro digital, que será disponibilizado gratuitamente pela internet, para promover a conscientização ambiental e a importância da preservação das belezas naturais do nosso país. Será um guia geográfico, estrutural e antropológico para quem quiser conhecer a biodiversidade brasileira. O Rotas Verdes Brasil propõe uma ação que vai além do seu tempo, defendendo um futuro sustentável”, explicou.
Fernando se apaixonou pelo perigo há 10 anos. Estudou fotografia e documentário em Juiz de Fora, na Zona da Mata, mas sentiu, desde o início, que ficar na cidade não era a sua praia. No sítio da família, na Serra dos Cocais (Vale do Aço), fez suas primeiras experiências, fotografando e catalogando os bichos, cachoeiras e flora da região. O trabalho cresceu e, em 2004, ele montou a F&F Documentários, voltado para a documentação em foto e vídeo de animais e áreas ambientais. Desde então, Fernando fez expedições por regiões como Pantanal mato-grossense, Amazônia brasileira e boliviana, além de Tanzânia, Quênia, Ruanda e Uganda, no continente africano.
Riscos
Será a primeira vez que Fernando fará um percurso tão longo sozinho. “Quando o projeto nasceu, escrevi uma rota que era a metade da atual e seria feita a bordo de um veículo 4x4. Mas a moto me dará mais mobilidade e a emissão de poluentes será menor. Vou usar uma motocicleta on/off, bicombustível, e apenas etanol”.
O trecho mais perigoso, segundo ele, será na BR-319, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM). “A rodovia tem cerca de 900 quilômetros, boa parte sem postos de combustível. Vou ter que carregar nas costas um galão de reserva. Na etapa seguinte, para chegar ao Pará, vou de barco. Será no sexto mês, e o cansaço já estará pesando”.
Fernando é especializado no rastreamento de animais e contará com técnicas de aproximação bastante exóticas para atrair e fotografar espécies da fauna brasileira. “Tenho diversos instrumentos de sopro artesanais que imitam o som emitido pelos bichos. Eu os atraio dessa forma, já fiquei cara a cara com a onça-pintada. A regra é jogar a luz da lanterna no olho do animal, para ele ficar desnorteado. Não uso métodos de captura, sacrifício ou outros meios cruéis para atraí-los ou afastá-los”.
O diário da expedição, com informações, fotos e vídeos do dia a dia de Fernando Lara, será publicado no site oficial www.rotasverdesbrasil.com.br . Uma equipe de nove pessoas ficará em Belo Horizonte e Ipatinga para editar o material e atualizar as redes sociais.
Jornal Estado de Minas
Coluna Mundo Radical
Caderno Super Esportes
4 de março de 2011
OUVI A REPORTAGEM DE SUA EXPEDIÇÃO HOJE NA RADIO VANGUARDA, ACHEI O MAXIMO, MEU SONHO ESTA SE REALIZANDO EM VOCÊ, VOU TE ACOMPANHAR POR AQUI TORCENDO E ORANDO PRA TUDO SAIA BEM NA SUA AVENTURA, ABRAÇOS E PODE CONTAR COMIGO NO QUE PRECISAR AQUI EM IPATINGA... ABRAÇOS BRUNO PEDRA.
ResponderExcluir